segunda-feira, 13 de maio de 2013

♥ Baby Love ♥ há 19 meses

Mesmo que não me apeteça escrever sobre qualquer outra coisa, escrevo-te a ti.
Isso é algo com que sempre poderás contar.

E hoje já fazes 19 meses. Um ano, 7 meses. E és a minha pequena mulherzinha.

Repetes tudo o que dizemos, tens a tua própria vontade (que não deve ser contrariada!), és inteligente e sabes como conseguir o que queres...

Continuas muito sociável, risonha, a alma de todas as festas...Reclamas se algum estranho na rua não te der atenção!

Gostas de muitas pessoas e tens muitas pessoas que te amam...

E, eu sei que tu és pequenina.
Eu sei que me vais amar a mim mais do que a qualquer outro.
Eu sei que não tens culpa...
Mas, eu não sou a pessoa que tu mais amas. Pelo menos é como me sinto. Hoje.

Dizes-me adeus com facilidade quando te entrego nos braços da vóvó...
Preferes o colo do papá quando te magoas...
Chamas pelo vôvô quando vês a foto dele no corredor...
Esticas os bracinhos quando vês a D. passar.
Foges, a correr, para ir ter com o H....
Reclamas o colo do M.
Dizes-me adeus dos braços deles...

E isso estilhaça um bocadinho o meu coração... Porque eu queria que tu me amasses como eu te amo a ti.
Imensuravelmente. Profundamente, com todas as minhas forças! 
Eu queria que tu me visses como eu te vejo, e fosse a tua pessoa preferida, como tu és a minha.
Queria que chorasses quando me vou embora, como eu choro por dentro quando te entrego.
Que sentisses a minha falta, como eu morro de saudades de ti. 

A culpa é minha, bem sei... Sempre quis, tentei que fosses sociável, amigável para toda a gente.
Não queria que te apegasses demais a mim, só, para não sofreres com a minha ausência. 
Quis continuar a ser mulher, e amiga, e esposa, e irmã, e filha, e profissional, e sobrinha, e neta... E não apenas mãe.

E agora arrependo-me... Porque sou tudo isso, mas não sou acima de tudo mãe. Não. Sou tudo.
E uma parte de mim queria tanto que quisesse ser apenas mãe, tua mãe...

Mas deixa-me dizer-te que não me sinto mais feliz a ser mulher, e amiga, e esposa, e irmã, e filha, e profissional, e sobrinha, e neta do que tua mãe. 

 E vou sempre ser, como sou, aquela que te educa (como a vóvó não faz), aquela que tem mais paciência para as tuas birras (que o papá não tem), aquela que te enche de beijinhos (mais do que o vôvô) aquela que anda de gatas no chão contigo (como a D.), aquela que te protege sempre (mais do que o H.), aquela que te troca as fraldas (que é impensável para o M.) e aquela que te ama mais do que todos...

4 comentários:

V. disse...

Não é imparcial eu sei, nem é politicamente correcto o que vou dizer mas mãe é Mãe, e é insubstituível por quem quer que seja. Conforme ela for crescendo é a mãe que ela vai imitar, procurar apoio e identificação para se construir. O miminho da mãe é sempre especial.
A minha filha agora só chama "eh pai! Pai! Pai!" e às vezes chateia mas eu sei que mamã há só uma (e eles sabem).

Mi♥ disse...

Eu quero muito acreditar que sim... Que é só uma fase, como ela já teve em que s me queria a mim.
Mas custa tanto. :( S quer saber do papá, passa o dia todo a chamá-lo, corre para os braços dele quando chega. Até se põe no nosso meio e empurra-me quando estamos a fazer miminhos...
E eu é que tenho mais paciência para ela, que brinco mais com ela, dou-lhe mais atenção, faço maluqueiras para ela... Enfim. Acho que o velho ditado "menina do papá" faz muito mais sentido para mim agora...
Beijinho Vee e muito obrigada por ires lendo e comentando por cá... Faz-me bem sentir que há aí alguém...

V. disse...

De nada. E tudo vai endireitar-se (ou então somos nós que nos habituamos).

Liℓiαnα☆ disse...

[..."Não queria que te apegasses demais a mim, só, para não sofreres com a minha ausência."...]

A minha mãe mimava-me mesmo muito, muito... Fui a primogénita esperada depois de um aborto, estava sempre, SEMPRE ao colo da minha mãe, tornei-me altamente protectora relativamente a ela, quando ia para o colo do meu pai, desatava aos berros, e quando ela, dois anos depois teve de me deixar na creche para voltar ao trabalho, fiquei com um trauma que aos 25 anos ainda me causa pesadelos todas as noites...
Segundo me disseram apanhei um trauma em que deixei de me sentir segura, senti-me ameaçada de tal maneira que foi um verdadeiro TERROR e dai os "terrores nocturno" (Isto são palavras de médicos, psiquiatras, psicólogos e até de ervanários - numa loja onde ia comprar medicamentos naturais) e tanto em Espanha como em Portugal, muda o idioma, mas as palavras são as mesmas...

Ainda hoje quando sinto que está tudo contra mim, com 25 anos, eu, que sou fria, mau feitio, aquela que está sempre "distante" e nunca chora, quando tenho que chorar, ou é, ou não é, e choro profundamente e nessas crises, quando tenho de "deitar tudo cá para fora" até começar aos soluços e adormecer esgotada, a chorar (é raro, é muito... mas acontece!) com 25 anos ainda digo, e SEM VERGONHA que dou por mim a chorar: "Eu quero a minha mãe!! Eu quero a minha mãe! Quero a minha mãe, aqui ao pé de mim!"