terça-feira, 14 de outubro de 2014

♥ Baby Love ♥ há três anos...

3 anos, meu amor. 3 anos.

Há três anos entraste nas nossas vidas, fizeste de mim mãe e, três anos volvidos, pasmo-me com a velocidade do tempo.
Há três anos atrás pensava que ainda ia ter tempo para te ver suster a cabeça. Pensava que ia ter muito tempo para te ver gatinhar pela primeira vez. Achei que tinha tempo para correr atrás de ti, quando desses os teus primeiros passos. Que ainda havia muito tempo até ter de te pôr de castigo pela primeira vez. Que ia ter tempo mais que suficiente para te ouvir falar, dizer "papá", "mamã"... Que o tempo ia ser mais que muito para te dar beijinhos depois de caires de biciclelt pela primeira vez. Que o tempo não ia passar quando estivessemos as duas na tua caminha, enroladas no mesmo cobertor, a partilhar a mesma almofada. Que o tempo ia passar devagar quando te cantasse a tua música preferida e tu me retribuísses um olhar, tão tão carinhoso... Achei que ia ter todo o tempo do mundo para ti, só para ti.

Mas sabes, o tempo é um sacana. Não pára. Não abranda. Parece sempre estar com pressa. E eu, que não tinha pressa nenhuma que ele passasse! De repente hoje já tens 3 anos. E o tempo continua a acelerar.

Fico triste quando o tempo passa. É estranho? Ficar triste cada vez que um ano passa, que um ano da tua vida passa? Não que esse ano não tenha sido bem aproveitado! Oh se foi, meu amor! Fizémos tantas coisas, demos tantas gargalhadas, tantos passeios de bicicleta, tantas danças, tantas músicas que cantámos juntas, tantos abraços bons que me enchem o coração. Fomos, somos, tão felizes!

E ainda assim, fico triste. Porque é mais um ano que passa. Que te muda, que te faz crescer, que te torna mais independente de mim, do meu colo, dos meus abraços e beijinhos. Habitua-te que esses nunca vão faltar!

É verdade, tenho que te dizer... fico triste quando cresces. Porque eu pensei que o tempo ia ser gentil, e ia preservar a minha bebé, bebé para sempre. 

Hoje és uma menina. Crescida. Segura de si. Inteligente. Muito carinhosa. Amiga. Com um coração de ouro. Faladora. Alegre, tão as tão feliz! A melhor prenda que o imprevisto me podia ter trazido.

Já estás a caminho dos quatro anos, como disse o papá. E isso assusta-me. Mais um ano que vai passar a voar. Por isso, espera meu amor. Espera por mim! A mamã vai contigo, para fazer render o tempo.

Como sempre. Para sempre...



terça-feira, 23 de setembro de 2014

Opa, ADORO.



Adoro a nova loja... da Criméia. Ali na Rua da Ucrânia.
Verdade seja dita. Por acaso ja lá fui e tem roupa linda. Camuflados. 


O que há de novo?

Isto no fundo não é para informar ninguém porque as pessoas que me conhecem sabem, mais ou menos, o que vai havendo de novo. E raras são as que, não me conhecendo, vêm cá parar com algum interesse de visitar isto muito regularmente (até porque nem têm o que cá vir fazer/ler regularmente, porque deixo morrer isto mais vezes do que gostaria).

Num mês, o que mudou? Bem...


- fomos de férias à Holanda e estivemos os 6 numa casinha com um jardim maravilhoso à beira-lago com 5.000 patos destemidos como vizinhos.
- decidimos que temos que procurar um sítio assim para nós.
- tive uma crise de enxaquecas que me acabou por deixar uma tarde no hospital. Reason? No reason. Only pain.
- o R. descobriu que não teria emprego depois de Dezembro. 
- encomendei uma prenda surpresa para duas das pessoas mais importantes na nossa vida, que ainda não chegou.
- tentei obrigar os meus chefes a fazer(-me) a compra do ano, material a sério para TWs. Consegui.
- gravei vídeos engraçados.
- li o livro "The Fault is in the Stars" num dia. E chorei. 
- recebi vídeos engraçados.
- gravei vídeos que me custaram muito... Nos quais não conseguia dizer mais de duas frases sem me emocionar, parar e ter que gravar tudo de novo. 
- recebi vídeos que me emocionaram.
- disse mal da minha vida por não ter começado a compilar todos estes vídeos mais cedo, para organizar a grande surpresa para a S. e o R.
- chateei muita gente.

- fui chateada e algumas pessoas chegaram mesmo a irritar-me. Ao de leve.
- enviei currículos.
- reservámos férias.
- trabalhei. Muito. Contra o relógio e até à última.
- a M. recomçou a escola e separaram-na das duas amiguinhas.
- discuti com a secretária da directora da escola.

- fomos ver dois apartamentos. Um deles, de sonho, demasiado caro. 
- o R. teve uma oferta de trabalho no Luxemburgo e decidimos não aceitar.
- a M. envergonhou-me cada vez que a fui buscar à escola e tive que ir arrastá-la, entre prantos e debaixo do braço, pelo meio da areia (de saltos altos) porque não queria voltar para casa.  
- passámos uma semana de 24/7 de telefonemas de várias pessoas que faziam as mais variadas ofertas de trabalho ao R.
- tivemos reuniões com dois contabilistas diferentes. 
- finalmente o R. decidiu-se e tornou-se freelancer. Assusta-me.
- fiz mais trabalho como designer para um colega. Adorei. 
- o R. despediu-se do antigo emprego.
- fizémos as malas horas antes da viagem de avião.
- fomos de férias a Portugal.
- descobrimos, sentados no avião que as coisas com a empresa antiga do R. não se iam resolver facilmente.
- surpreendi a S. com uma tarde/noite de girls, com tudo a que temos direito.
- pusemos a conversa toda em dia! E as saudades também.
- fiz uma entrevista de trabalho por telefone. 
- acabei os vídeos para o casamento na Sexta-feira às 2h da manhã, como boa portuguesa.
- fui à Lúcia Piloto. Não gostei.
- pus verniz-gel pela primeira vez. Adorei.
- pude presenciar o dia mais importante da S. e do R. e senti ainda mais saudades deles. Também senti que uma amizade assim nunca morre. De parte a parte.
- fomos ao zoo no nosso 7º aniversário de casamento. Ser pais dá nisto.
- paniquei porque, finalmente, desvendámos a surpresa aos meus sogros que íamos deixar a M. lá uma semana sem nós.
- comecei a ver uma novela, confesso. Jardins Proibidos. 
- deitei-me na praia, fechei os olhos, senti a areia por entre os dedos, ouvi o mar e levei com areia na cabeça e boca atirada pela M.
- cobri-lhe os pezinhos de areia e ela cobriu os meus.
- passei duas horas na Bertrand. Por mim, ficava lá mais tempo. 
- descobri que há uma nova autora a usar o Poirot da Agatha Christie para escrever as suas histórias e fiquei zangada.
- resolvémos a situação da antiga empresa do R. 
- paniquei, muito, quando tive que a deixar para voltar a Bruxelas.
- descobri que o local onde trabalho era alvo de um ataque terrorista falhado.
- paniquei ainda mais porque o R. agora também trabalha aqui.
- li "A Princesa do Gelo" de uma nova autora sueca. 
- fomos de fim-de-semana romântico para a Holanda.
- vimos o final de Breaking Bad e não gostei. 
- reservámos um dia nas termas sem saber que eram para nudistas.
- andámos de barco no Mosel e visitámos grutas 60m abaixo de terra.
- recebi ofertas de emprego.
- fizémos vídeos pelo Skype todos os dias.
- senti o coração pequenino e tranquilizado ao mesmo tempo, cada vez que ouvi a M. dizer "não quero ir ter com a mamã e o papá".
- duvidei da minha escolha de mudar-me de Portugal, há quatro anos.
- quis muito voltar. E quis muito ficar onde estou.
- decidimos que eu deixaria de tomar a pílula a partir de Dezembro. Ainda não sei o que sentir.
- o Rui começou o emprego novo. Gostou. Saiu-me um peso enorme dos ombros.
- trabalhei. Muito. Descobri que isso me deixa muito feliz.
- paniquei todos os dias por estar longe da M.




quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O pior de se ser mãe.

Não são as dores nas costas durante a gravidez, ou não se ter posição para dormir. Nem são as noites mal dormidas, ou as horas a ouvir o choro dum mini-ser que nos desespera. Também não são as birras, trocar aquelas fraldas/material radioactivo, os marcadores pelas paredes ou chão, as nódoas de fruta nos sofás. Nem tão pouco são os telemóveis atirados para dentro de sanitas, ou os sapatos novos todos raspados ao final do primeiro dia.

O pior de ser mãe é o medo. O medo que nos congela quando um pensamento pior nos assola.

É o medo de perdermos tudo, num instante.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

As razões que levam alguém a ser mãe.

Eu já fui mãe.

Eu nunca pensei muito nisto de "ser mãe". Era um daqueles sentimentos que iria descobrir mais tarde, por volta dos 30. E ainda ia muito a tempo. Mas a Mariana trocou-me as voltas e não decidi eu a hora, decidiu ela que já era altura. Ok. Pode ter sido inesperado e até desesperante, mas bem vistas as coisas foi no momento certo.

Agora penso que talvez esteja na hora de ser mãe de novo.

Depois da Mariana nascer, pensei que ia ficar-me por ali. Que um amor tão grande era impossível de ser dividido. Ela preenchia-me (e preenche-me) de forma tão completa que não preciso de outro amor assim.  Nem acho que tenho espaço em mim para outro amor assim.

Bem vistas as coisas, nem tenho grandes amizades e laços de irmãos como exemplo na minha vida. Nem sempre um irmão é o sinónimo de um amigo de sempre e para sempre. Não é, definitivamente, esse o caso com o R. E, a diferença de personalidades tão abismal entre mim e a minha irmã também nunca permitiu que essa cumplicidade nascesse. Eu sou mais uma segunda mãe dela. Protectora, galinha mesmo, exigente, um modelo que ela acha que deve seguir.

Mas ela não é a primeira pessoa a quem recorro quando preciso. Nem a segunda, infelizmente. Bem, é assim a vida. As pessoas são diferentes, tão diferentes. Mesmo quando foram criadas pelo mesmo pai, pela mesma mãe, na mesma casa.

Mas isto de ter outro filho anda impregnado em mim. Na minha cabeça, no meu coração, no contorcer-se das minhas entranhas e no abafado do meu peito.

Será que ter um filho para dar um irmão/irmã à Mariana, é a razão que devia motivar alguém a ser mãe? Um filho como um brinquedo? Uma distracção? Um amigo?

Será que o segundo filho é isso mesmo...? Um presente para o primeiro? Será isso uma premissa válida? Não me parece nada...

Mas sendo assim, qual é a necessidade do segundo filho? Sim, assim crua e fria - necessidade. O amor que nos enche no peito não é já mais do que podemos conter? Não estamos completos? Não somos felizes, inteiramente felizes?

Não duvido que o resultado de se ser mãe pela segunda vez seja outro amor imensurável. Mas não será sempre um segundo...?

Não será até imoral ser-se mãe de novo sob estes pretextos generalizados da necessidade de um filho ter um irmão?

Por outro lado, se não tivessemos já o primeiro, não quereriamos o segundo que na verdade seria o primeiro!?

Não consigo deixar de sentir que isto tudo é uma grande injustiça. Injustiça para o primeiro, a cobaia, o sujeito de testes, aquele que "vamos ver se isto funciona" e injustiça para o segundo, o que fica com as Barbies já de cabelo rapado, com as roupas guardadas, com a vida em segunda mão.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Medos de quem vive no meio de alvos a abater.

Estão sempre a haver manifestações por aqui.

Ora são contra a "invasão" chinesa no Vietname de que ninguém fala, ora contra os pró-russos da Criméia tão badalados, ou até contra a ameaça muçulmana aos cristãos no Médio Oriente.

E depois ainda há as manifestações do próprio país, dos sindicatos, dos partidos menores, dos trabalhadores, dos desempregados.

Esta zona está em constante algazarra. Mas eu nunca me vou conseguir habituar aos barulhos. Aos gritos, aos cantos das multidões, aos megafones a vociferar palavras estranahas e às bombas. Bem sei que são só isso mesmo, barulho.

Mas não consigo "sacudir o sentimento" de que qualquer dia é a sério. E aí, estou feita ao bife.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Vidas assim

O Rafael é um menino de cachos dourados, olhos azuis, num corpo de 17 anos com uma vida às costas de 80.

Nasceu no Brasil, o irmão mais velho de três. Sem pai, que o abandonou bem jovem, com uma mãe que o manda "virar-se sozinho". Em apenas 17 anos de vida tem já mais para contar do que muitos poderão alguma vez contar...

Perdeu anos de escola devido às constantes mudanças de casa da mãe, foi expulso da escola na
"oitava série", foi expulso de casa inúmeras vezes pela mãe para se "virar sozinho" e roubou-lhe duas panelas para poder cozinhar, viveu sozinho no meio do mato, passou droga, consumiu essa droga, jogou à roleta russa com os amigos (um dos quais viria a morrer por isso mesmo), fugiu da Polícia, roubou, levou pancada dos amigos, dos inimigos e da Polícia, foi ameaçado de morte, viveu num bairro de lata,  foi morar na roça e comia mangas e côcôs, sozinho no mundo, ameaçado por tudo e por todos.

Parecia que a sua vida ia mudar quando o pai, já casado de novo e com um filho de 18 meses, o foi resgatar desta vida, triste, e o trouxe para a Europa.

Mas o Rafael continuou a trabalhar sem que o pai lhe pagasse, a não poder beber um copo de leite sem ouvir o pai dizer "não comprei isso para ti! larga já", sem ser acusado de andar envolvido com a madrasta, sem sofrer maus tratos físicos mas psicológicos (os que doem mais), sem ver o pai a ameaçar a madrasta com uma faca, sem ver o pai a pegar no irmãozinho mais novo de 18 meses e sustê-lo fora da janela, ameaçando que o largava... O Rafael continuou a ser ignorado pela mãe quando, em lágrimas lhe contou o que se passava e ouviu, uma vez mais, "te vira aí, não vem praqui não"...

O Rafael não tem pai. Não tem mãe. Mas quer muito um dia ser pai. Ter uma família "como a sua e do R."...

Eu não posso ser mãe do Rafael. O R. não pode ser pai do Rafael. Nós não podemos ser irmãos da madrasta dele. Mas podemos dar-lhe um tecto, dar-lhes comida e esperança. Que um dia eles possam ter uma família... De verdade.

(... ... ... ... ... que ... ... ... ... $%&/# de vida!!!)

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fica comprovado mais uma vez que eu não devo ser uma pessoa normal.

Há coisa de umas duas semanas, andei afixionada com um documentário sobre um homem na Inglaterra que salvou quase 900 crianças durante o governo nazi. Sem vanglorismos, sem orgulhos, com uma humildade brutal, um sentido de dever sem esperar nada em troca. Tocou-me por muitas razões.
Porque sou mãe e senti a angústia daqueles pais que preferiram despedir-se dos seus filhos entregando-os a desconhecidos do que o outro destino que já lhes estava traçado.
E porque sou ser humano e quero acreditar que faria o mesmo que este homem fez, pondo em risco a minha própria vida por outros seres humanos. Sem procurar vantagens próprias, procurando unicamente a vantagem dos outros, com sentido de dever, de obrigação moral, de "não estar a fazer nada mais que aquilo que deveria". quero muito não fechar os olhos e esperar que passe, se alguma vez o futuro for tão cruel de novo.
Mas custou ver aquilo. Lembrar-me do que aqui se passou, tão perto de nós tanto fisicamente quanto em distância de anos. Ainda está tão perto, tão fresco... E parece que ninguém se lembra mais. Lembrar dói. Muito. Tanto. Mas é bom. É bom não esquecer, nunca.

Não chegava isto para me pôr o coração apertadinho, soube ontem que um pai, numa rua ao lado da minha, atirou o filho de cinco anos pela janela do 11º andar, atirando-se ele próprio de seguida enquanto a mãe entrava em casa para tentar evitar o desastre...

E mais uma vez, não consigo abafar a dor. Meu Deus, que dor...! Que sofrimento. Que angústia. Que perplexidade. Raiva, frustração. Quase consigo fechar os olhos e imaginar-me no papel daquela mãe...

Esta minha empatia já me valeu um ataque de pânico hoje. Mas claro, sádica como só eu, ainda tive que abrir o link que dizia "As horripilantes fotos post mortem".

Please, shot me now.







terça-feira, 22 de julho de 2014

Prioridades

Chego ao trabalho não muito cedo depois de um fim-de-semana de quatro dias.
Já vinha com uma lista de tarefas em mente desde que saí de casa. Sento-me e ponho-a por escrito.

Apercebo-me que estou mesmo lixada e tenho que me pôr a fazer alguma coisinha rápido se quero ter o meu deadline cumprido.

Olho para a lista, para saber por onde começar, viro-me para o computador e ... abro o email e o blogger.

Não estão na lista, mas prioridades são prioridades. 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Baby-friendly

Numa destas noites, comecei a pensar na polémica de existirem restaurantes baby-friendly e restaurantes - como se dirá? - non baby-friendly? Baby unfriendly? Baby incompatible?

E lembrei-me de escrever um post sobre essa temática, explicando que apesar do meu estatuto de mãe, também não me desagrada a ideia de existirem sítios para "adultos", ou sítios onde sabemos que à partida não vamos encontrar choro, birras pra comer, miúdos a correr, ou até risos altos.

Ui, que coisa grotesca de se dizer! "tens a certeza que és mãe???"

Sim, tenho. As minhas olheiras e anos de vida perdidos assim o comprovam. Mas é exactamente por isso que acredito na teoria de restaurantes que não "aceitem" ou vá, desaconselhem os seus clientes a levar bebés.

Quando vocês, pai e mãe, conseguem corajosamente despegar-se da sua cria, deixando-a em casas alheias (normalmente de avós e pessoas de confiança que, no entanto, não acalmam a sensação de abandono. Dos pais, claro.) e vão jantar, ao cinema, ao teatro, enfim ter um momento a sós, acham mesmo que o que vocês querem é levar com birras, berros, choros, ou até mesmo risos altos (que ainda vos agravem o senso de abandono) de outra cria que não a vossa!?

A sério, querem mesmo estar a jantar sossegadamente e não conseguirem ouvir uma palavra do que o vosso companheiro/amigos estão a dizer porque está uma criança a fazer barulho ao vosso lado? Para isso não saem de casa. Essa já é a vossa vida todos os santos dias.

Eu falo por mim e pelos meus. Quando saio à noite, evito trazer a M. comigo. Não é bom para ela, porque um restaurante lá é sítio para levar miúdos! A menos que seja daqueles, lá está, baby friendly que até têm uma data de coisas giras e engraçadas à disposição da criançada. E para esses, já sabemos ao que vamos.

Mas fora em situações excepcionais, o jantar fora é um momento de relax, de intimidade, de respirar fundo, olhar para o lado e não ter que me preocupar em se tenho uma miúda eléctrica a cair-me das cadeiras, ou a deixar de comer, ou a correr pelo restaurante.

Se calhar há miúdos tão sossegadinhos que nem damos por eles. E os pais desses podem dizer "pois, mas o meu Joãozinho é tão sossegadinho, que nem corre, nem fala alto, come sozinho e até já o confundiram com um homem estátua, só para veres o quão sossegadito o meu menino é."

Se têm miúdos assim, epá parabéns. Realmente iria reparar tanto nesses miúdos como na decoração. Mas, será que um restaurante "de adultos" é mesmo o sítio onde querem levar o vosso filho? Mesmo que ele se porte bem? Os miúdos querem é comer e andar, não querem ficar à mesa a conversar sobre o estado económico do país. E acabam sempre por ficar agarrados ao tablet ou ao telemóvel a ver o Ruca e o Pocoyo para toda a gente ouvir.

P'lo amor de Deus, deixem-me essas crianças em casa, com os avós/tios/primos/amigos que todos agradecem. A fazer macacadas, a brincar aos índios, a andar de bicicleta até escurecer, a comerem porcarias proibidas pelos pais e a deitar-se tarde e a más horas. Eles agradecem. E as pessoas ao vosso lado também.





terça-feira, 15 de julho de 2014

Se são púdicos, parem aqui.

Quem tem filhos sabe bem o quão bonito é vê-los crescer, adquirir capacidades, desbravar novos caminhos e conquistar etapas.

Para mim quanto mãe também é tão bonito vê-la crescer sendo independente o suficiente para ir sozinha à casa-de-banho, fazer o que que tem a fazer, despejar o pote, puxar a água. 

Só é pena que a mira ainda não esteja polida.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Madness


Chegar do almoço com o telemóvel na mão.

Pousar o telemóvel na mesa.

Pegar na carteira e procurar desesperadamente ... pelo telemóvel.

Pensar mil vezes "oh bolas, gamaram-me o telemóvel!!!"

Já em suores virar-me para a mesa e ver .... o telemóvel ali pousadinho.

Se isto não é loucura, poucas coisas o serão. 


quarta-feira, 9 de julho de 2014

As Dicas do Salgueiro

Uma pessoa gosta de comida boa.
Uma pessoa gosta de receber os amigos em casa.
Uma pessoa tem mais amigos portugueses, brasileiros, espanhóis e italianos do que belgas o que significa que, quando uma pessoa vai almoçar e jantar fora, nunca é para comer sandochas.
Uma pessoa não tem (e nem quer) dispender tempo de si e dos seus em ginásios, porque vai contra a sua ideologia. (Já me queixo do pouco tempo que gasto com eles e ainda lhes vou roubar tempo no ginásio?)
Uma pessoa vai de férias e engorda 3kg em 3 meses. 
E uma pessoa não tem energia para correr atrás da miúda de 2,5 anos que vai a correr para a estrada ou de a trazer nos braços muito tempo.

Crap. 
Algo está mal aqui.


E lá volta a pessoa ao ciclo interminável de dietas e afins. Não. Errado.

Desta vez, a pessoa é inteligente e compra uma machine para fazer os seus exercícios em casa, nem pensa em fazer aqueles sumos detox (blergh!!!), ou em pratos de montanhas de alface.

E depois uma pessoa esbarra-se com estes vídeos. Tão engraçados, com dicas para todos, e também para uma pessoa que não quer passar fome, não quer sair de casa (muito) e não quer sentir-se com 70 anos de idade (aliás, desculpem-me os mais velhos porque quem me dera chegar lá com a energia da minha avó!).




domingo, 6 de julho de 2014

Rui Drumond

Ouvi agora o Vasco Palmeirim dizer que o Rui Drumond já participou na Operação Triunfo há 11 anos... 

11 anos! 

E eu lembro-me tão bem de o ver. Bolas. Há 11 anos que ando a desperdiçar Domingos à noite com programas de música. Este meu guilty pleasure

Go Rui! 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

urdaddyrocksandmummyiscrazy@gmail.com


Quando o R. me enviou isto, pensei logo reencaminhar todos os posts de Baby Love e outros que ficaram nos rascunhos! É mesmo uma boa, boa ideia. Estou desejosa de experimentar, mas se calhar dou-lhe a pass antes dos 18, antes que passe a moda do email ou que o Google vá à falência, feche os servidores, limpe as nossas Inbox todas e o mundo acabe.

Perguntei ao R. "tratas tu disso ou trato eu?” mas acho que agora me arrependi. 

Ainda me vai fazer qualquer coisa como "uradopted@gmail.com" ou "sexbomb2011@gmail.com" ou o mais provável "urdaddyrocksandmummyiscrazy@gmail.com". Ou pior ainda, chegamos aos 18 anos e ... Esquece-se da password!

Convertible dress

Ora muito bom dia!!!

Que eu sou maluca, já toda a gente sabe. Mas que eu sou completamente doida varrida, cheia de pancas e esquizofrénica, bem, também já toda a gente sabe.

Por isso, quando eu postei aqui os três vestidinhos para o casamento, deviam ter previsto que a saga não ia ficar por aí. Mesmo tendo eu feito a solene promessa "jamais procurarás outro vestido que não aqueles três nas internets ou nas lojas", eis que me defraudo a mim própria e numa tarde em que a vontade de trabalhar era menos de zero, pus-me a ver os outros sites.

E encontrei uma verdadeira maravilha, amigas e quiça, amigos (?)!

Então não é que me deparei não só com uma excelente promoção de 190.58€, como com não um, nem dois, nem três, mas prai uns 500 vestidos num só!?!? Pois é, pois é. Descobri os convertible dress. E sinto-me como se tivesse descoberto um pequeno tesouro. Aquilo dá "pano pra mangas" (ahah não resisti à piada fácil)!!!

Este foi o belíssimo exemplar que () adquiri. Não nesta cor, que a noiva dava-me logo uma estaladona e obrigava-me a despir ali em praça pública e refazer o vestido todo, porque já lhe basta eu ir descascadinha. Pois, porque comprei outra cor (jade), mas a badalhoquice cá se mantém e o estilo que mais gosto é mesmo este "maminhas saltam-não saltam" e "costas ó léu".

Tão lindo, não é?
Este é em cetim-chiffon (seja lá o que isso for), por isso é que foi mais pro caro, mas já vos disse que tive um desconto de 190 euros!?!? ah, estou feliz.

Estava eu a dizer que isto dá para um sem fim de utilidades!!! Pois é, vejam lá bem os estilos todos em que este vestidinho se pode transformar...









Ah, esta foi a cor que escolhi. Uvinha que é bom e disfarça as nódoas de vinhaça (by the way, espero vinhaça boa hein menina S.!!!)!!! Adenda: Claro que quando cheguei a casa comecei a achar a cor escura demais e fui trocar a encomenda. Comprei de novo em Jade, ou esmeralda, uma treta assim. Sim, nem eu me consigo aturar a mim própria.


Resta-me pedir desculpa às meninas que me responderam ao outro post, que dedicaram tempo, horas de ponderação a ver qual dos vestidos anteriores era o mais bonito para depois vir aqui a maluca e trocar-vos as voltas. Mas a culpa é vossa, porque já deviam saber que eu sou mesmo chanfrada de todo. E chatinha que mói.

As que vieram ao engano, desculpem qualquer coisinha.

Ps. Eu depois vou ver se tiro tempo para tirar umas fotos e mostrar se isto vale a pena ou não. Já que gastei o dinheiro (e obriguei-vos a vir cá), ao menos que sirva de cobaia para as vossas potenciais e eventuais compras de convertible dresses!!!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A louca dos vestidos... is back!!!

Quantas vezes já aqui disse que sou indecisa? 3, 4, 300? Sim, mais por aí... Mas vá, não lhe chamemos indecisão, chamemos-lhe antes "prospecção de mercado".

Com outro casamento a aproximar-se e sendo este o da minha BFF, claro que voltei à saga dos vestidos! Nop, não posso usar um dos que já tenho. Se fosse outro casamento qualquer, até poderia. Mas neste não, não mesmo!

E apesar da BFF não querer cá damas de honor e afins, pra não ter que obrigar a malta a ir toda de igual ou nas mesmas cores, os olhos fugiram-se-me sempre para as cores do casamento em si. Se calhar é a minha bridesmaid interna a querer falar.

Anyway, anyhow, estou aqui indecisa, ah desculpem, em prospecção de mercado e ajudar-me-ia muito se pudesse contar com a colaboração habitual das freguesas cá da casa.

Portanto, vamos mas é às escolhas.

Número 1) Rosinha fofinho, que diz "sou-uma-rapariga-tão-responsável-e-querida-e-mãe-de-família-mas-lá-no-fundo-no-fundo-debaixo-da-capa-sou-é-uma-sexy-mummy". Fica bem com as cores gerais (posso perfeitamente misturar-me com as cortinas e toalha de mesa) e com o vestidinho de menina das alianças da miss M.
Nunca farei o R. usar uma gravata a condizer, mas espeto-lhe uma cinzentinha e já ficamos matchy-matchy.


Número 2) Uma cor quente, num vestido caliente ao estilo "xina-pá-qual-mummy-qual-quê-sou-é-uma-sem-vergonha-das-piores-e-quero-é-"fiesta"-antes-que-venha-a-SS-tirar-me-a-miúda".A cor não é bem o azul e rosa do casamento (crap, lá se vai o meu disfarce de toalha de mesa se houver alguma avózinha mais faladora) mas é sexy! Claro que outra coisa seria enfiar-me de facto neste vestidinho, depois dos 2kg a mais no rabo e na barriga, resultado dumas férias a Portugal seguido de casamento e seguido de férias à Grécia. E muitas pizzas.
Ah com este não faria matchy-matchy com a M., mas até seria pelo melhor porque assim ninguém me pensaria tirar a miúda, porque nunca lhes passaria pela cabeça que sou mãe. Hmmmm... A miúda podia pasar por minha irmã. Nice.


Número 3) Este só entrou agora para a competição, quando soube que o site vai ter uns ganda descontos daqui a 10 dias. (Uhuh) É curto e grosso "pow-toma-lá-disto-mas-nem-penses-em-abraçar-me-se-não-ficas-todo-arranhadinho". Pronto, é giro e arranha.






E agora, hein?

terça-feira, 1 de julho de 2014

Back to the past

Mas há alguma alminha caridosa que me explique porque é que agora, volvidos uns bons 10 anos da minha adolescência, acordo de um dia para o outro (literalmente!!!) com a cara a fazer um #throwback sei-lá-quantas-Thursdays-ago e a parecer uma pré-adolescente mas daquelas que ficavam no canto sozinhas com a cara em obras e não as que eram pop-star e andavam com a equipa de futebol inteira.

Antes fosse, bolas.

Mês novo, cara nova! Desgrenhada, mas vá, nova.

Ufa, até que enfim que tive dois minutinhos para vir cá mudar a cara do blog.
Nem vos passa pela cabeça há quanto tempo ando para o fazer!!!

E nem está como eu quero ainda, mas menos mal. Já abandonei aquele amarelo-cor-de-vómito horroroso, aquelas imagenzinhas todas pirosas e agora está tudo muito mais clean.

O que eu não consigo mesmo abandonar é esta bonequinha... Opa, prontes saquei-a das internets deste mundo, admito! Portanto, se alguém tiver contra, é só dizer que eu (a muito custo) despedir-me-ei dela!!! Mas não me façam isso, plo'amor'de'Deus! É que eu gosto mesmo, mesmo desta bonequita! Tem assim um ar de moçoila perdida (Mi-check), está um bocadinho pró desgrenhada (Mi-check), usa óculos comós meus (Mi-check), está ali cheia de 300.000 folhas e papéis a sairem-lhe por todos os lados (once again, Mi-check) e parece que está nua, só com um véu, só com um véu - de papéis (Mi.....check?).

Quando tiver mais um tempinho faço-lhe uma coisa "à séria" com direito a Illustrator e tudo! Bem se diz que santos da casa não fazem milagres.


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Coisas sem interesse nenhum.

Há alturas em que se me esfrangalham os nervos ao ler as coisas parvas de alguns blogs.

Há blogs em que, sinceramente faço logo scroll para ver as fotos dos trapos (que até são giras e bem captadas) e ponho-me logo a andar para não ser afectada pela estupidez. 

E as bloggers que se prepetuam como "super felizes, de bem com a vida, consigo e com o mundo, uns exemplos de pessoas e de bom estilo" mas depois precisam de constante bajulação e comentários a dizer "estás supéeeeeee linda" mesmo que estejam com um cabelo mais desgrenhado que um palhaço e uma roupinha conjugada de bradar aos céus e que nem sequer aceitam (ACEITAM) uma crítica sem dar logo um coice virtual??? Irritam-me. Epá, irritam-me sobremaneira. Mas que raios, será que uma pessoa não pode simplesmente ser sincera? Fogo, para mantermos aparências já nos basta o dia-a-dia em frente às pessoas "reais". Será que temos MESMO que manter aparências para as pessoas "irreais", as que estão atrás dum computador e nunca vimos? Bolas, se não é para sermos nós mesmos pelo menos aqui, de que é que serve ter um canal de "libertação de alma e corpo", vulgo blogue?

Quem aqui vem (se é que vem cá alguém, mas isso também não me interessa muito) leva com uma vida de arco-íris, às vezes cor-de-rosa, outras vezes azul, outras vezes pró amarelada, verde ou então nenhuma delas que é o preto.

Por isso é que eu às vezes sou um mummy blog, outras vezes um fashion blog, outras vezes um blog inteligente, outras vezes um blog completamente fútil e inútil! Ou melhor, não sou nada dessas coisas porque sou apenas eu, Mi Maria, diferente todos os dias, mais alegre nuns, com vontade de espancar meio-mundo noutros, sempre bipolar, sem esquizofrénia.

E muitas vezes penso que não fui talhada para estas avarias. Não sei andar cá com coisinhas de blog e escrever todos os dias coisas estúpidas só "pra manter o pessoal animado" e fotografar a minha própria roupa nem que seja "under request" (epá sinto-me mesmo estúpida a fazê-lo!!!), e comentar 500.000 vezes nos blogs alheios com
"Adorei. www.justanotherlogornot.blogspot.com" ou
"uau! justanotherlogornot.blogspot.com"....

Aiiiii que nerbus que isso me dá!!! E pronto, quando isso me dá nervos, fecho a tasca, ponho-me a andar e vou ser feliz para outras bandas. 

E ultimamente tenho sido memso feliz por outras bandas! As bandas dos blogs sarcásticos, e engraçados como tudo, e que levam a vida a brincar, inteligentes e acutilantes e que não pensam blog, respiram blog, comem blog (ou às custas dele), vivem blog!

É verdade que esses blogs também me fazer resumir à minha insignificância, à minha escrita pobretana e sempre incoerente, aos meus conteúdos desimportantes, à falta de motivação e empenho nisto. 

Mas whatever. Também me ajudam a perceber que a vida não são dois blogs.

Demasiado bom para não partilhar

Prontes, achei por bem fazer-vos chegar as pérolas, verdadeiros cobrões de ouro que me chegam diariamente por participar naquele que é o grupo de portugueses no estrangeiro onde moro.

A última foi a indignação pública de duas senhoras que queriam ber a tuação do Luís Manel mas comé que deixaram uma tuação tão boa para sábado que é um dia em que as pessoas trabalhão!?!?!


Expectante pelo resto da semana.

É tão bom quando a nossa Segunda-feira se prevê cheia de trabalho até perder de vista, com prazos malucos à mistura. 
É tão bom também levantar uma miúda de 2,5 anos a ferros, notar-se que a mesma não está a 100%, mas como é o último dia de escolinha, vesti-la e preparar farnéis e afins na mesma. 
É melhor ainda chegar à escola, arrastar a mesma miúda de 2,5 anos, cheia de sono porque ontem queria era festa e, apesar de ter ido para a cama às 21h só adormeceu às 23h, levá-la para dentro e ter a professora a dizer "ah non, mais elle n'est pas bien! Vous n'avez quelq'un que peut rester avez elle?" Qualquer coisa como "já estás atrasada, tens trabalho à tua espera mas toca a levar a miúda para à tua mãe". 
E, finalmente, depois de miúda entregue, a pensar "bem, vou chegar tarde mas não taaaaaao tarde assim. Ainda consigo acabar os dois documetos para as 12h, se não parar para comer/fazer xixi/respirar", é tão bom entrar na estação de metro correcta mas no sentido contrário... E andar umas 4 paragens até me aperceber. 
Ahhhh, que bom prenúncio de semana para uma Segunda-feira! 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Honest little Mi

 Num dos dias dramáticos para fazer com que pequena M coma, já desesperada fiz-lhe o seguinte ultimato:
"Ou comes a fruta, ou vais já dormir. O que é que queres, M?" 
A resposta dela foi ... tão honesta que nos desarmou.
"Quero um bonbon".

Simples, isn't it? Afinal, era o que ela queria. E não foi isso que eu perguntei?

Depois dos vários minutos de risota entre mim e o pai, o ar dela de "ei, mas afinal dão-me o bonbon ou não?" [não, não demos], fiquei a pensar em como estes mini seres nos ensinam tanto.

Na simplicidade com que levam a vida, ou como se deixam ser levados pela vida. Era aquilo que ela queria mesmo, então porquê deixar-se moldar por nós? Porque manter-se inside the box do que é definido? 





Porquê disfarçar as nossas vontades com aquilo que queremos que elas sejam?


Era tudo tão mais simples se nós fossemos simples, e sinceros connosco próprios. 



segunda-feira, 26 de maio de 2014

A maternidade [também] tem destas coisas...


Ela apoiada com o cotovelo na mesa, cabeça assentada na mãozinha, de lado, com um olhar sonhador. Estava a olhar para uma fotografia do pai e minha no casamento duns amigos.

E disse: "mamã, estás tão bonita. o teu cabelo está muito bonito, mamã. o papá não. a mamã está linda. és uma princesa mamã..."

Ohhhhhhh......

Esqueci-me logo dos 3.000 cócós e xixis que tive que limpar o fim-de-semana todo à conta dos dois dentes que, ao nascer, lhe fizeram febre e a transformaram numa "fonte de chocolate" andante que não chegava a tempo ao pote.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A vida resolve-se sozinha

De todos os mantras, "you can do it", frase pré-feitas que nos dão um kick in the ass, positivismos, e outras cenas isotéricas tais, a única que faz sentido é mesmo esta.

A vida resolve-se mesmo sozinha. Com um empurrão de barriga, mas resolve-se.

E fica agora o MEU mantra: um dia de cada vez, um dia de cada vez, um dia de cada vez, um dia de cada vez, um dia de cada vez, um dia de cada vez, um dia de cada vez...

Tenho que repeti-lo várias vezes à hora, entre ataques de overthinking and overworrying, mas lá vai resultando. 

Bolas, porque não nasci inconsciente como a outra?

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Coisas belas da maternidade

É tão bom irmos jantar com um casal de amigos daqueles sem filhos, com a casa saída duma revista qualquer, que fazem viagens maravilhosas de relax, que falam baixo para não incomodar os vizinhos e termos o nosso mini-ser a fazer uma valente xixizada no sofá do restaurante perante o olhar horrorizado da nossa amiga.

Ainda por cima quando, numa tentativa "desesperada" de fazê-los acreditar que a nossa vida é sim melhor do que a deles, passámos a tarde e boa parte do jantar a elogiar a pequena por já não usar fraldas, e ir ao bacio sozinha, e nuuuuuunnnncaaa termos problemas com ela em sítios públicos.

Ah. Depois de sairmos do restaurante a correr e de ter usado 30.000 toalhitas (um aparte para dar um viva às toalhitas - as melhores amigas de qualquer mãe!!!) a melhor parte ainda foi ter mini-ser bem aninhadinhaaaaa no meu colo. Sem lhe mudar a roupa.

Sim, não parecia que ela tinha sido a única a fazer xixi.

domingo, 18 de maio de 2014

"A mamã é minha!" - dizia uma amiga nossa à M.
"Não, a mamã é do papá!", responde ela. 

Bem ensinada, hein?! 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Quando a voz dentro de nós não se cala.

Estou tão stressada (e cheia de trabalho que só consigo procrastinar) que preciso mesmo de desintoxicar as palavras, colocar os sintomas por escrito para ver se despejo o copo e consigo apreciá-lo melhor, de fora.

Nunca senti tantas dúvidas como depois da M. nascer. Eu antes já era indecisa, mas agora estou 1.000 vezes pior. Antes as minhas decisões (ou indecisões) afectavam apenas duas pessoas: a mim, e ao Rui. Se alguma indecisão passada a decisão corresse menos bem, paciência.

Mas agora as (in)decisões afectam-na a ela. E ela vale por mim, por ele, pelos dois juntos. É que vale mesmo.

Durante estes três anos a trabalhar na Comissão Europeia, nunca morri de amores pelo meu trabalho. Quando tinha trabalho.
Sinto que perdi três anos da minha carreira e que dei de mim, mas não recebi nada em troca. Despejei a bolsa de conhecimentos, que não voltei a encher. E sinto falta disso. De aprender coisas novas, de ser desafiada, de ter 1001 coisas para fazer e não saber para onde me virar. De parar de olhar para o relógio e as horas passarem a correr.

Algumas pessoas acham que sou maluca "porque eu é que tenho um trabalho bom", "na Comissão Europeia - uuuuh" (enganam-se, porque as empresas privadas não são burras e sabem bem que há mais pessoas do que trabalhos na CE), "porque chego às 10h e saio às 17h (e às vezes com hora de almoço pelo meio), "porque posso dedicar-me a outros projectos que gosto muito" "tirar cursos online" ou simplesmente "passar a vida no FB".

Eu entendo a lógica, a sério que sim. Se eu não tivesse 27 anos e devesse por isso estar no auge da minha carreira, síndrome de "quanto menos faço, menos quero fazer!", um vício de procrastinação e um desinteresse profundo na área de desenvolvimento de software (opa, mas eu quero lá saber o que acontece dentro da caixinha preta!!! eu gosto é de falar sobre o que VEJO, sim VEJO no ecrã!!! E pôr aquilo tudo bonitinho, e fazer uns textos/vídeos/ilustrações catitas e, ao mesmo tempo, umas apresentaçõezinhas no Prezi todas mimimi". Mas não me venham, por favor, falar em UMLs e em bases de dado e em sequence diagrams e use cases e architecture e analysis!!! Estou FARTINHA! Ufa, acho que já exorcizei aqui um ou dois demónios.)

Por isto, o meu ordenado, não sendo pago directamente pela CE mas passando pelas mãozinhas gordurosas de um terceiro já vem bem descascadinho e não é nada de especial.

Juntando a isto o facto que moro do outro lado da cidade, tenho a miúda na creche numa das outras pontas e faço, diariamente, 1h no mínimo de casa-trabalho e vice-versa, digamos que estou pelos cabelos do meu trabalho.

Vai disto, pus-me a mandar CVs à maluca para o Luxemburgo (porque lá é que se ganha bem que a porcaria dos belgas levam-nos tudo em impostos - 40% senhores, 40 POR CENTO!!!). E fui a uma entrevista lá. Para Editor de Customer Information. Uau, fancy title. Num fancy job, uma empresa de investimentos financeiros de alto gabarito (imaginem o Millennium a investir numa cena qualquer, são estes senhores que gerem isto tudo). Até correu bem, mas saí de lá com aquele feeling "nah, isto não vai ser para mim". Não me perguntem porquê. Apenas sinto isso e pronto. E ainda não recebi um pio desse lado.

EntretantoS, meti o meu CV numa cena qualquer de CVs online e puff, dois telefonemas esta semana.

"Ah e tal, gostávamos muito que viesse a uma entrevista com uma empresa nova de software ligado ao marketing que tem como clientes a Microsoft, IKEA, Lego, BlackandDecker, and so on, and so on, para ser Technical Writer MAS também UI (User Interface) Graphic e para aprender mais sobre commercial writing. Pagamos-lhe 360€ a mais (líquidos), tem direito a um carro melhor, telemóvel e laptop, lunch vouchers, seguro da empresa, mas tem sede em Nova Iorque e .... Ghent!!! Sim, Ghent a 60km de Bruxelas. Não, não, não é em Bruxelas não. Não é onde o seu marido trabalha, não é onde vive, nem é onde tem a sua filha na escola. É mesmo a 45 min (se o trânsito ajudar) disso tudo. Mas as casas aqui são muito melhores!!!! Vejam lá que temos aqui a 15 minutos do trabalho uma CASA, T4, com jardim enorme, nova, com garagem, por 1000€ de renda. Pois, é o que paga agora pelo seu apartamento no 7º andar, sem jardim nem garagem não é? Sim, as escolas são em Holandês e compreendemos que a sua filha mudou-se agora mesmo para uma nova escola, em Francês, mas aprender nunca fez mal a ninguém não é? E a sua filha, que ainda agora aprendeu o Francês, vai habituar-se num instantinho ao Holandês que apesar de ser uma língua super importante na Bélgica é menos útil fora daqui que o minhoto!!! Não faz mal que o seu marido tenha que trabalhar a sei-lá-quantos-muitos km de Ghent e tenha que ir de comboio. Ou então, se quiser continuar a viver aí, que você tenha que se levantar mais cedo, pegar no comboio (17€ por dia), dar o carro ao seu marido e fazer 1h de trajecto. Afinal, não demora mais de 1h a chegar ao trabalho agora? Sim, sim, não interessa nada que esse trajecto de 1h actualmente seja COM a sua filha e portanto que você considere esse tempo, tempo útil com ela. Pense na sua carreira!!!"

Nota-se muito que estou a falar comigo própria?
Mas e agora? O que respondo a mim mesma?

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Há alturas assim...

Em que as coisas acontecem a uma velicidade tão alucinante, atropelam-se, que não deixam tempo nem margem para as pormos em papel.

É assim que tem corrido (literalmente!) a nossa vida.

Com muitas coisas novas, outras ainda para o ser, momentos difíceis que é para não perdermos o hábito, novos projectos há muito planeados (e logo postos em hold), novos desafios conquistados (já não há cá fraldas!), muitas indecisões e incertezas, muitos caminhos para seguir sem lhes avistarmos o fim.
Uma certeza temos: é tempo de mudança. 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Because a world without music would suck


Será estranho andar sempre com esta música na cabeça? :D Love it!

You're not a size six, and you're not good looking

Well, you better be rich, or be real good at cooking

You should probably lose some weight

'Cause we can't see your bones

You should probably fix your face or you'll end up on your own


Don't you want to have somebody who objectifies you?

Have you thought about your butt? Who's gonna tear it in two?

We've never had it so good, uh-huh, we're out of the woods

And if you can't detect the sarcasm, you've misunderstood


It's hard out here for a bitch! 

Voltar às origens?

Isto das lidas blogosféricas tem muito que se lhe diga...

Nunca há uma solução que nos assente que nem uma luva. Ora é porque há problemas de compatibilidade de browsers, ora porque o serviço de apoio ao cliente é uma caca, ora porque o provedor de blog ainda está a anos luz de outros.

Quando comecei no Sapo pensei que o nosso caminho se cruzasse por largos e bons anos. Senti, principalmente um sentido de dever por ser portuguesa e este ser um serviço Português. E durante muito tempo fui feliz por poder "servir a pátria".

O meu marido faz sempre atenção para comprar apenas os produtos nacionais, quando vamos ao supermercado. Nem que esteja ali aquela laranjinha tão apetitosa que ia tão bem com um pedaço de broa (sim, ele come laranja com broa), se disser "España" ele não pega.

Eu não sou assim, admito. Vendo-me rapidamente aos olhos, aquilo que quero no momento, ao que me satisfaz as necessidades! Sou uma vendida...

E tenho muita pena que o Sapo não me satisfaça as necessidades. Porque é Português e porque tenho orgulho das minhas origens.

Mas as minhas origens blogosféricas foram com o blogger e tenho saudades de muitas características que não encontro em mais lado nenhum...

Oh God, isto até parece uma coisa assim super importante, como escolher um marido ou comprar casa!!! Jezz... Dito isto, vou andado e . E talvez ainda dê uma espreitadela ali.

Sou uma vendida, é o que é.