sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Más mães ou mães honestas?

Li um comentário de alguém que perguntava se seria pior mãe por desejar (um pouco) a vida de antigamente...

Eu acho que isso não faz de nós piores mães (vá, acho isso nos meus momentos de lucidez, porque há dias negros, como se vê por aqui...).

Mas é normal, e acredito que todas as mulheres *sinceras* sintam isso mesmo, uma espécie de nostalgia pela vida anterior!

Como não sentir?

Eu sinto! Sinto falta das noites bem dormidas, de chegar a casa depois de um dia de trabalho e deitar-me no sofá, sem em preocupar com jantares e banhos ou birras, de ir a um restaurante sossegada (e isto fazemos ocasionalmente, mas nunca sem o sentimento de "culpa" por deixarmos de gozar aquelas duas horinhas com ela), das férias mais longas ou a sítios mais distantes, exóticos (que, por agora, ainda não dá e financeiramente não sei quando poderemos fazer de novo), sinto saudades de poder ir ao cinema à meia noite sem dar satisfações (agora isso implica sempre pedir aos avós para ficarem com ela).

Sinto saudades de tão pura e simplesmente me sentir completamente descontraída. No sentido de não panicar sempre à mínima coisa.

Acho que depois de sermos mães (e principalmente uma mãe a roçar um pouco o neurótico, como eu às vezes) nunca mais vivemos despreocupadas. Há sempre alguma coisa a invadir-nos a mente. Quando lemos um artigo sobre um bebé que lhe aconteceu x ou y, lá vão uns aninhos de vida do coração, e mesmo quando pensamos em coisas banais como na educação, alimentação, etc etc etc... há sempre algum assunto pelo qual nos preocupar-nos! :)

Por isso  acho que não, não nos faz pior mães sentirmos saudades destas coisas. Faz-nos mães honestas admitirmos isso.

E depois, só aquele abraço* é tãoooo bom, tão incomensuravelmente a descrição do amor, que já nos alegra a alma, descansa a mente e devolve os anos de vida roubados ao coração à conta dos pequenos "paniques cardíacos"...

* e há tantas outras coisas: a gargalhada doce, o riso maroto, o olhar terno, o beijinho delicioso, o pegar na nossa mão que nos faz estremecer o coração, o ouvir chamar "mamã" com a voz mais angelical do mundo, o "amo-te" ainda sem sentido que nos transborda de alegria a alma, correr na nossa direcção depois de um dia separadas, a dançaria e cantorias frenéticas, um qualquer disparate divertido que dizem, a alegria... a alegria contagiante!!! Isto é o que faz *tudo* valer a pena.

1 comentário:

S* disse...

É perfeitamente normal que, de vez em quando, se queira voltar a ter aquela liberdade de quem não tem a responsabilidade de um filho. ;)