segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

To diet or not to diet

Todas as mulheres já passaram por esta fase, nalguma altura das suas vidas.

Há as que querem ser mais magras, as que querem ser mais saudáveis, as que querem tonificar o corpo, ou até as há que querem engordar uns quilinhos.

Acho que não há uma mulher que não tenha pelo menos "feito atenção ao que come" uma vez.

Eu pelo menos, já tentei várias vezes.
Sempre sem sucesso...

Ou me falta a motivação e o estímulo necessário, ou tenho motivação a mais - para comer.

Antes de engravidar pesava 54kg, com os meus 1.60cm e sentia-me ok. Claro, todas queremos ser mais magras, mais altas, mais bonitas, mais isto mais aquilo. (Não se diz que nunca se pode ser magra demais? Pelo menos eu penso que nunca se pára de o desejar) Mas eu sentia-me ok.

Hoje o meu peso oscila entre os 58 e 59kg. E a verdade? Sinto-me ok.

Nem sempre foi assim. Durante a gravidez não me importei com o peso ganho. Foi depois de ter a M., quando tentei enfiar-me sem sucesso nas minhas roupinhas de antes que a "ficha caiu" e a minha auto estima com ela. O período que se passou foi negro, com muito pouco amor-próprio, com muitas auto-críticas, com muitos julgamentos e autocomiseração.

Até que um dia disse basta. Apercebi-me nesse dia que tinha um marido (im)perfeito, uma filha (im)perfeita, que os amava e que me amavam a mim, (im)perfeita. Que o meu marido me fazia sentir sexy, ainda assim. Que a minha filha olhava para mim com admiração. Que as pessoas elogiavam os meus outfits (sabendo lá o que eu os odiava).
E apercebi-me que se as minhas roupas de antes não me serviam, era problema delas. Não meu. E apenas tinham que ser substituidas.
Lembrei-me da minha mãe - que nunca conheci magra - sempre com bom gosto, sempre elogiada pela sua figura curvilínea, sempre com roupas espectaculares.

Ao mudar o meu guarda-roupa, fiquei ok. Não fiquei radiante. Não digo que amo o que vejo ao espelho. Mas, surpreendentemente (e para alguém tão negativa como eu, é deveras surpreendente), sinto-me ok.
Sinto-me sexy nalguns dias, sinto-me uma chubby girl noutros. 

Mesmo assim, comecei a dieta dos 31 dias, lembram-se? Nem sei quanto tempo durou, mas definitivamente não foram 31 dias. Ah ah
E agora comecei a dieta Dukan, que promete ser milagrosa e revolucionária e emagrecer-te alguns quilos em apenas uma semana! Yeah right. 600gr e não digas que vais daqui.
E eu até segui à risca, a sério que sim!

Mas sempre com uma vozinha (será de anjo ou demónio?) na minha cabeça a dizer-me "Para quê o esforço? Para poderes ir à Mango e, em vez de trazer o L, trazer o M? Mas se o L te assenta bem, qual é o problema dessa pequenina letra?! Não te sentes ok? Para quê o esforço? Para quê privares-te de uma das melhores coisas desta vida de 80 anos (se tiveres sorte)? Para quê ficares triste sempre que vês algo que *não podes* comer? Para quê o esforço? Que mal faz aqueceres o coração com uma taça de chocolate quente de vez em quando? Ou que mal faz deliciares-te com um bom risotto? Ou com um pão com manteiga? Para quê o esforço? Não te sentes ok?"

E este vozinha incomoda-me.
Incomoda-me porque me arranca a motivação. Porque me faz ser uma pessoa *fraca* que não cumpre os seus objectivos.
Incomoda-me porque me deixa sem saber se é anjo ou demónio. Se tem razão ou é o meu lado tentador dissimulado.

Porque há uma parte de mim que quer muito voltar àqueles 52 ou 54 kg.
Mas há outra parte que está ok...