terça-feira, 23 de julho de 2013

A Palmada

Foi hoje... 

Hoje dei-te a tua primeira Palmada, com P maiúsculo, aquelas que doem. 

Estavas a fazer asneiras, a testar os limites, como sempre fazes. E foste para o castigo, que tão bem conheces. Mas hoje aventuraste-te, quiseste testar ainda mais o limite, roçar a fronteira com o proibido e o "deixa ver o que acontece"... 

Hoje eu queria ter-te sacudido o pó da fralda, como noutros dias. Mas hoje a minha mão pesou, fugiu-me do corpo e do controle e atingiu-te com mais força que eu queria. Que eu alguma vez queria. 

Choraste mas quem chorou mais fui eu. Os meus dedos ainda estão um pouco marcados na tua pele branquinha, suave e macia. Mas estão ainda mais marcados no meu coração, com um fogo, um peso, uma angústia de saber que, mais uma vez, falhei-te. 

Não percebes ainda mas um dia irás perceber, quando te repetir que todas as palmadas, sacudidelas de pó e castigos que te dei, magoaram-me cem vezes mais a mim do que a ti... 

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